domingo, 3 de novembro de 2024

Cárcere perfeito

Eu nesse enorme mundo que não conheço, que não desvendei, que não entendi, esse mundo que sou eu, chamado de corpo, coberto com de pele, sustentado pelos ossos, movido pelo espírito que eu não alimento, com a fé que eu mereço, com o destino que eu escolhi, sem saber se entendi, até o presente desfecho.

Eu nesse corpo, que maltrato com o álcool que embriaga, com a fumaça que escurece, ingerindo a comida que não nutri, com o tempo que não  aproveito, e abrindo mão dos sorrisos por causa do dinheiro, controlado, enjaulado, medroso e sempre grato, por ter um cárcere perfeito.

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